quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A máfia da saúde está mais perto de você do que imaginas...

Imagem apenas ilustrativa ao conteúdo do texto
O homem nasce sem vergonha.

Em alguns momentos chego a pensar que o ser humano nasce desumano, alguns evolui para o estágio de humano e outros permanecem no estágio de origem com desqualificadoras agravantes.

Os meios de comunicações hoje existentes, com uma rapidez incrível e o campo de abrangência também incalculável, me permite conhecer fatos que no passado muitos não chegavam ao meu conhecimento. Vejo e escuto casos de corrupções nos “quatro cantos do mundo”, crimes bárbaros, hábitos e costumes já mais imagináveis para nossa cultura e por aí vai.

Recentemente li em um desses portais desqualificados socialmente, isso mesmo, desqualificado, já que não consigo entender porque um grupo ou uma pessoa se dedica a comunicação nas redes sociais só para defenderem bandidos amigos ou condenarem bandidos opositores, uma vez que seria muito mais útil defenderem a sociedade e denunciarem os bandidos. Afirmou esse portal que um médico estava envolvido juntamente com outros parceiros em um escândalo de aquisição de material (OPME) de uma determinada distribuidora de um fabricante multinacional e levando aí uma grana preta para suas contas particulares. Isso não é novidade para ninguém, aqui nesse mini blog tem outras manifestações minhas e antigas sobre esse assunto. Faz décadas que essa prática é comum de cirurgiões exigirem uma determinada prótese de um referido fabricante e receber desse fabricante uma comissão altíssima costumeiramente. Certamente a Polícia Federal não tem nenhuma dificuldade para chegar aos suspeitos, difícil no Brasil é reunir provas, já que qualquer bandido é inocente até que se prove o contrário e é aí que a coisa complica, é preciso muita cautela para não malhar em ferro frio.

O sujeito é profissional de nível superior, tem boa formação doméstica, vive em padrões privilegiados para o Brasil, mas não se contenta em viver honestamente, tem tara para ganhar muito dinheiro fácil. Entre tantas máfias aqui existentes, essa é só uma dentro de um segmento, a saúde. Essa turma não tem limites e para se chegar ao ponto de investigar e punir só graças ao descaramento de alguns envolvidos que de forma escrachada não se contentam com o muito que tem, querem muito mais.

Imagem ilustrativa captada de: http://imprensalivrers.blogspot.com.br
A equação é simples: Você tem uma doença ou sofre um acidente e precisa colocar uma determinada prótese, até aí tudo normal, não estou me referindo aos procedimentos desnecessários, esses são outra modalidade de crime com agravante, pois bem, o médico faz um orçamento do que vai precisar de material e indica o fabricante, o fabricante por sua vez quando definiu o preço do produto já embutiu o valor que será repassado para o solicitante, mesmo que esse solicitante não queira receber seu percentual mas apenas seus honorários de direito, o valor está ali e beneficiará o fabricante ou distribuidor caso ele não queira receber essa comissão, simples assim, o consumidor de forma direta ou indireta vai pagar. A maioria dos fabricantes tem uma rede de parceiros solicitantes de seus produtos nas principais cidades do Brasil que tenham centros cirúrgicos especializados bastante sólida. Muitos dos beneficiados recebem em dinheiro vivo sem dar recibos, outros fornecem até notas fiscais das famigeradas empresas de consultorias, essas são verdadeiras máfias para esquentar tais sujeiras, legalizar a origem podre do dinheiro recebido. Se enganam aqueles que pensam que o alvo principal é o SUS, planos de saúde e pacientes particulares com grande poder aquisitivo são os principais alvos. Quando envolve o plano de saúde a operação logística é mais complicada e envolve mais pessoas ao crime. Nessa brincadeira temos médicos, distribuidores, indústrias, representantes comerciais, auditores e outros funcionários de serviços de saúde se tornando milionários no Brasil. Só um exemplo: Uma cirurgia que custa de material (OPME – Órteses, Próteses e Materiais Especiais) 100.000,00, facilmente de 15.000,00 a 25.000,00 vão parar no bolso do solicitante desse material, repassados pelo distribuidor e fabricante. É impressionante quando eles sentam à mesa de negociação, é uma rodada de negócios de uma mercadoria qualquer, sem nenhum princípio ético. Não podemos esquecer que as unidades hospitalares estão envolvidas e sabendo da existência dessa máfia dentro de suas dependências e cobram sua parte de qualquer forma.

A PF vai chegar a muitos desses criminosos, alguns bandidos irão se esconder um pouco, outros irão aumentar seus preços por conta das investigações e pouquíssimos irão parar de fazer para começar a trabalhar com honestidade. Afinal honestidade não é a perseguição da humanidade naturalmente, ela se firma por uma série de princípios, não naturalmente por sermos humanos, são outros valores que adquirimos a partir da formação da personalidade até a maturidade que nos faz enxergar a importância de sermos honestos e éticos.

Recomendo para quem tem curiosidade ler informativos sobre um caso recente:




Texto escrito por Teófilo Fernandes, cidadão comum que escreveu o que pensa, uma posição especificamente pessoal e sugestiva para quem queira investigar.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Nova lei obriga a prescrição de Medicamentos Genéricos também na rede privada.

Imagem apenas ilustrativa
Câmara aprova obrigatoriedade de prescrição de genéricos em receita

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (20) proposta que obriga a prescrição de remédio pela sua denominação genérica.

A medida consta do Projeto de Lei3249/00, do ex-deputado Dr. Hélio, que inicialmente propunha a medida apenas para a rede pública e hospitais credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Porém, o relator da proposta, deputado Juscelino Filho (DEM-MA), entendeu que seria inconstitucional criar uma obrigação apenas para um grupo de médicos, e estendeu a medida a todos. "Entendemos que a obrigação deve ser feita a todos os médicos vinculados à rede hospitalar pública ou particular, a fim de que a lei, de modo isonômico, confira esse direito a todos os usuários dos serviços de saúde no Brasil", disse.

Marca

A proposta faculta ao médico o direito de, após a denominação genérica, indicar o nome comercial ou de marca. O profissional pode ainda expressar sua preferência por um dos produtos, e se manifestar contra a substituição de um medicamento específico por seu genérico.

Apesar das mudanças para corrigir algumas medidas, o projeto aprovado segue o substitutivoaprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família. Como tramita de forma conclusiva, a proposta está aprovada pela Câmara, e deve seguir para revisão dos senadores.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
http://www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=19345


Reportagem - Marcello Larcher
Edição - Marcia Becker


Fonte: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/516559-CAMARA-APROVA-OBRIGATORIEDADE-DE-PRESCRICAO-DE-GENERICOS-EM-RECEITA.html

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Os processos mudam, os brasileiros não.

Imagem apenas ilustrativa captada do google.
Brasil, um país de dois povos: os que são e os que imaginam ser.


As redes sociais de forma bastante interessante têm contribuído muito para uma mudança radical na forma de pensar, agir e enxergar o mundo das atuais gerações e certamente serão muito mais eficientes para as próximas. Posso afirmar que me sinto outra pessoa ao saber que quaisquer dos meus maus textos e pouco instrucionais como são os meus, ganham o mundo em segundos. Não faz muito tempo que apenas três ou quatro meios de comunicações chegavam a maioria da população com as notícias trazendo os novos acontecimentos sociais e políticos do nosso país, um deles muito eficiente até hoje é o rádio, adoro até nos dias atuais. Praticamente não faz mais sentido hoje ficar na frente de uma TV esperando o telejornal preferido, tenho tudo na palma da minha mão praticamente em tempo real, algumas coisas até são em tempo real.

Realmente, tudo mudou ou quase tudo. Será que o ser humano mudou de tal forma como os processos? Claro que não. Exatamente por não ter mudado é que continua existindo um grande gap entre desenvolvimento científico/tecnológico e as atitudes humanas. O homem lida com tudo de novo, se adapta rapidamente às mudanças, buscam novas alternativas e criações, mas não evolui na mesma velocidade a sua forma de agir, tomar atitudes, se relacionar com seus semelhantes e principalmente se comportar socialmente.

Nos dias atuais a maioria dos brasileiros tem opinião formada sobre corrupção, crise política e econômica, golpes, desvios de verbas, propinas e outros do gênero. Temos mais de duzentos milhões de juízes, cada um com sua receita pronta de como agir contra tudo e todos que não lhes agradam, vivemos uma desenfreada onda de protestos dos mais variados, porém fica a pergunta. Quem tem dado exemplo positivo que justifique suas posições contrárias a tudo que vem acontecendo? Certamente esse montante de juízes sofrerá uma grande redução.

Há mais de trinta anos quando eu estava por trás de um balcão de farmácia eu já olhava de longe para os clientes que entravam na loja, e numa velocidade incrível eu já identificava o perfil daquele cliente, tinha uma quase certeira identificação se o indivíduo tinha origem simples, humilde, pessoa do interior com menos esclarecimentos ou o contrário disso. Essa compra de livro pela capa eu fazia com o objetivo de seleciona-la para indicar um medicamento ou sugerir até uma troca do produto solicitado por um daqueles que me pagavam 10% de comissão.

O tempo passou, optei seguir no mesmo segmento, mas dessa vez como propagandista de uma indústria farmacêutica que por sinal não trabalhava com as mesmas políticas daquelas que através de negociação com o proprietário nos pagavam tais comissionamentos. Mas quem disse que pagar comissão é crime? Claro que não é, até hoje muitos empresários optam por essa modalidade de remuneração de seus empregados. Medicamento é uma mercadoria igual a qualquer outra? Entendo que não. Entendo hoje que medicamento é produto de saúde e saúde não é mercadoria. Quando eu escolhia meu alvo, eu tinha uma prioridade, ganhar 10% daquele valor pago pelo cliente, confesso que eu não estava preocupado com a necessidade do cliente e sim com minhas metas.

Hoje chego nos pontos de vendas para expor meus produtos, falar de seus benefícios, de suas vantagens e outras características e escuto com todas as letras de muitos balconistas a seguinte frase: O que vamos ganhar a mais com isso, esfregando o dedo polegar no indicador. Não tenho como pensar diferente a não ser, nada mudou. Muitos fatores contribuem para tais práticas: desinformação, descaso com a saúde, falta de acesso aos serviços públicos básicos de saúde, cultura oportunista do mercado, falta de atenção com o próximo, falta de compromisso e respeito, ausência total de ética, entre tantas outras mazelas que só enxergamos quando não estamos envolvidos, mas quando sim logo afirmamos que isso é o normal. É inadmissível que a automedicação mate tanto como anda matando e deixem tantas sequelas de forma assustadora e ninguém faça nada, ora, mas quem vai fazer alguma coisa? Certamente quem deveria fazer alguma coisa seriam as vítimas se conscientes fossem. Quem pode eliminar as mazelas da política senão os eleitores? Qual é o respeito que a maioria dos eleitores têm com seus votos? Pode hoje o cidadão que não respeita a saúde, que é a base de sua vida e dos seus semelhantes, fazer valer seu direito como cidadão para criticar maus gestores do dinheiro público? O Brasil do jeito que está não tem jeito, mas tem muito potencial se mudar os valores de seus cidadãos para se tornar uma das maiores potências econômicas do planeta.

Não precisa ser cientista bem formado, um doutor das letras ou grande sábio para enxergar o básico que está logo a nossa frente. Nossa falta de educação doméstica, nosso mal suporte educador hoje oferecido nas escolas, inclusive na rede privada, e o desconhecimento da ética junto a falta de amor ao próximo, colocam nossa sociedade onde ela está. Colhemos o que plantamos, mesmo que em terrenos diferentes. Brasileiro cobra dos brasileiros seriedade, moral, respeito e outros direitos a mais que se julga tê-los, mas quando avaliamos o que oferece, encontramos uma grande lacuna entre uma coisa e a outra.


Texto escrito por Teófilo Fernandes, cidadão brasileiro.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Brasil, um país carente de Ômega 3 em sua população...

Imagem apenas ilustrativa. Fonte: www.dsm.com/nutritional-lipids
Um profissional competente faz a diferença.


A grande maioria dos brasileiros, não é diferente em muitos outros países, é pouco informada no tocante aos valores nutricionais dos alimentos que fazem uso diariamente. Não podemos negar que nas últimas décadas o número de profissionais especializados nesse segmento aumentou muito, não apenas novos cursos de nutrição, mas outros profissionais têm buscado especializações nessa ciência. O campo é enorme e a complexidade também.

Sempre que algo novo ganha notoriedade, muitos outros segmentos acabam buscando participar desse sucesso, seja de forma regular, dentro da legalidade ou como apenas oportunistas. É comum se ouvir diferentes pessoas emitindo opiniões sobre assuntos que só deveriam ser tratados por quem tem formação e conhecimento prático dos mesmos.

No tocante a informação, essa pode ser propagada dentro dos moldes recomendáveis, sempre com fundamentos e referências que credencie a mesma. Em torno de um assunto seja ele qual for, diversos profissionais de segmentos diferentes poderão ser envolvidos naturalmente, desde que cada um se limite ao seu conhecimento e habilitação profissional reconhecida pelos órgãos competentes. O cidadão leigo pode também contribuir com suas experiências desde que vise como fim ajudar aos demais leigos sem coloca-los em riscos.

Lamentavelmente encontramos práticas não recomendadas sendo executadas todos os dias em todas as regiões de nosso Brasil, não é raro encontrar pessoas sem nenhuma formação prescrevendo/indicando produtos sob o argumento que qualquer um pode usar por ser um produto natural, ora, nem mesmo um simples chazinho é certo se fazer uso de forma indiscriminada sem conhecer suas propriedades.

A ciência nos mostra hoje que saúde pode ser preservada a partir dos alimentos que ingerimos ou deixamos de ingerir, basicamente tudo que precisamos para viver estão presentes nos alimentos que podemos ingerir diariamente, claro, nada é tão simples assim, temos muitos detalhes para serem avaliados e isso requer conhecimentos específicos e embasamento científico, portanto uma equipe multiprofissional fará toda diferença na vida do indivíduo que precisa e busca tais cuidados.

Existem diversos trabalhos científicos realizados no mundo, outras tantas pesquisas com aplicações científicas também, que mostram as mais diversas falhas tais como: erros alimentares, usos inadequados de medicamentos, procedimentos inadequados e desnecessários, entre tantas outras falhas.

Informações disponíveis para que todos os cidadãos enriqueçam seus conhecimentos e façam bom uso deles em seu favor ou de outrem são importantes e existem em abundância. Recentemente circulou nas mídias, principalmente redes sociais, que o Brasil está inserido entre os países que apresentam um baixo consumo de ômega 3. Uma dessas 1publicações, um mapa que relata uma série de estudos, mostra que baixos níveis de ômega 3, especialmente os níveis de EPA e DHA, colocam essa população em risco maior de desenvolver doenças crônicas tais como: câncer, doenças cardiovasculares e diabetes. A OMS estima que tais doenças são responsáveis por causa morte de 38 milhões de pessoas no mundo todos os anos.

O fato do Brasil está inserido em uma região de baixo consumo de ômega 3, não significa que devemos correr às drogarias, lojas de suplementos, produtos naturais, sites e outros pontos de vendas para adquirir tal produto para suplementar. Também não é racional alterar sua alimentação para itens ricos em ômega 3 sem nenhum acompanhamento. Mudanças de hábitos e comportamentos não são fáceis e, portanto, a orientação de quem estudou para isso é fundamental.

Como se não bastassem a carência de nutrientes necessários para o bom funcionamento do corpo, muitos tomam atitudes equivocadas que poderão trazer maiores transtornos, sem esquecer dos interesses por parte de indústrias, profissionais e outros oportunistas que visam apenas lucros financeiros. Cuidado, procure um profissional competente, pesquise sobre o mesmo, não acredite só em propaganda, seja um fiscal de seus direitos e do destino de sua saúde e vida. Não compre gato por lebre, fique atento.

Consulte:
1For more information on nutritional lipids, visithttp://www.dsm.com/nutritional-lipids or www.nutri-facts.org.


Texto escrito por Teófilo Fernandes. Não sou profissional de saúde, portanto não considere o conteúdo do mesmo como orientação técnica, apenas uma opinião pessoal. Quer cuidar da saúde procure um profissional habilitado.

sábado, 10 de setembro de 2016

Estudo afirma que remédio para colesterol aumenta chances de diabetes, derrame e miopatia.

Imagem ilustrativa (Captada do Google).
Foi publicado nos últimos dias em jornais de grande circulação no Brasil, uma nota sobre um estudo publicado no The Lancet referente ao uso contínuo de “estatinas” (fármacos usados no combate ao colesterol) sendo tais fármacos responsáveis por maiores chances de causarem diabetes, derrame e miopatia.

É importante registrar, que a probabilidade é relativamente baixa desses malefícios, principalmente nos casos de miopatia, levando em consideração os transtornos causados pelo colesterol que são bem mais desastrosos à saúde. Mesmo citando a nota que nos casos de miopatia é apenas 01 caso para cada 10 mil usuários, para esse único caso dentro desse universo a incidência é 100%, estamos falando de saúde. Não gostaria eu de ser esse caso.

É sabido também, que o uso desses fármacos trazem outros efeitos negativos além desses citados no referido estudo, efeitos que precisam ser corrigidos. Muitos especialistas afirmam que o uso contínuo de “estatinas”, principalmente em idosos, com a finalidade de bloquear a ação da enzima produtora de colesterol, também bloqueia a enzima produtora de coenzima Q10, que naturalmente a partir da idade adulta ocorre uma redução na produção da mesma. Nesses casos, os profissionais de saúde responsáveis por esses pacientes, costumam fazer reposição dessa enzima que é comum em diversos alimentos como: carnes, peixes e vários vegetais ou prescrevem suplementos industrializados.

Certamente, esse estudo não é motivo para usuários desses fármacos ficarem desesperados, mas sabemos que abordar ao médico e ao nutricionista sobre o assunto não faz mal a ninguém.

“Como todas as atividades celulares dependem de energia, a Coenzima Q10 é essencial para a saúde de todos os órgãos e tecidos. 
http://www.nutritotal.com.br/perguntas/?acao=bu&id=780&categoria=23


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Envelhecer com Saúde

Imagem ilustrativa (Fonte:Google)
O artigo abaixo é uma cópia fiel extraída do original que pode ser visto em http://www.jocelemsalgado.com.br/ site oficial da autora.

“Envelheça com saúde e disposição

Nos últimos 50 anos, o número de pessoas com idade acima de 65 anos, especialmente nos países desenvolvidos, tem aumentado consideravelmente. O Brasil, à semelhança dos demais países latino-americanos, está passando também por um processo de envelhecimento populacional rápido e intenso. Espera-se que em 2025, 14% da população brasileira (cerca de 32 milhões) esteja acima dos 60 anos. Por isso, agora, mais do que nunca, existe um interesse crescente em se identificar os fatores que levam a um envelhecimento sadio. Além disso, existe também um grande interesse dos estudiosos em nutrição para ligar as práticas dietéticas com a redução ou retardo das mudanças e doenças que surgem com o envelhecimento, já que a boa nutrição está associada com o aumento da qualidade e expectativa de vida das pessoas.

O processo de envelhecimento e a importância da boa alimentação

O envelhecimento é um processo normal que começa com a concepção e termina com a morte. O envelhecimento fisiológico de uma pessoa começa no final do período de crescimento e desenvolvimento. As mudanças ocorrem lentamente e são influenciadas pelos eventos da vida, enfermidades, heranças genéticas, stress ou estado sócio-econômico, acesso à cuidados médicos e com o ambiente. Em razão dessas influências sobre as pessoas, está cada vez mais claro que o envelhecimento cronológico é bem diferente de um envelhecimento fisiológico e funcional. Portanto, pessoas da mesma idade cronológica, sobretudo após os 60 anos, podem ter seu envelhecimento funcional e fisiológico diferenciado. Essa diferenciação é acentuada com o avanço da idade, tornando as pessoas diferentes de seus contemporâneos, de mesma idade cronológica.
As mudanças degenerativas que acompanham o envelhecimento não são bem entendidas, embora um certo número de teorias tenham sido propostas para explicar, pelo menos em parte, a deterioração que é observada. Não se sabe se as mudanças são programadas de forma inevitável no genoma, ou se elas ocorrem como resultado de uma exposição durante a vida toda à influências ambientais, tais como stress, nutrição ou radiação solar.
Entretanto, estudos mostram que dentre os fatores que podem condicionar a qualidade de vida e a longevidade do ser humano, a nutrição é um dos principais, sendo que várias mudanças decorrentes do processo de envelhecimento podem ser atenuadas com uma alimentação adequada e balanceada nos aspectos dietético e nutritivo.
Estudos tem demonstrado que as condições nutricionais da população idosa brasileira é preocupante. Os efeitos da alimentação inadequada, tanto por excesso como por déficit de nutrientes, tem grande incidência, o que reflete num quadro latente de má-nutrição em maior ou menor grau. Em termos absolutos, estima-se que no Brasil exista cerca de 1.300.000 idosos com baixo peso, sendo que a desnutrição representa, atualmente, mais de 35% nos registros de mortes de idosos brasileiros nas regiões metropolitanas. Estima-se também que mais de 15% dos idosos consumam menos de 1000 Kcal/dia.
Dentre as principais causas que levam o idoso à perda de peso e à desnutrição estão as alterações fisiológicas próprias do envelhecimento, as enfermidades crônicas e fatores relacionados à situação social do idoso. Com relação às alterações fisiológicas, sabe-se que o envelhecimento leva a efetivas reduções na capacidade funcional, desde a sensibilidade para os gostos primários até os processos metabólicos do organismo. Mastigação e deglutição prejudicados, falta de dentes, entre outros fatores, levam o idoso a uma ingestão nutricional deficiente. As doenças crônicas, que muitas vezes são decorrentes de uma má alimentação na vida adulta, são também citadas como fatores que levam o idoso à desnutrição. O uso de múltiplos medicamentos, os quais influenciam a ingestão de alimentos, a digestão, absorção e utilização dos diversos nutrientes, pode comprometer o estado de saúde e o requerimento nutricional do idoso. Fatores sociais como a perda do cônjuge, isolamento social e depressão, podem interferir amplamente. O modo de vida, geralmente solitário da maioria dos idosos, impõe-lhes muitas limitações. A solidão predispõe o idoso à falta de ilusão e preocupação consigo, fazendo com que se alimente mal e pouco. Nesses casos, há uma tendência ao desestímulo para preparar alimentos variados e nutritivos. Verifica-se, com freqüência, elevado consumo de produtos industrializados como doces e massas, ou de fácil preparo como chás e torradas, o que afeta a adequação de nutrientes ao organismo e o coloca em risco de má-nutrição.
A capacidade de deslocamento do idoso, ou seja, de realizar sozinho as atividades cotidianas, gera má-nutrição também, pois nessas circunstâncias, a aquisição de alimentos e o preparo das refeições pode se tornar muito difícil.

Homem X Envelhecimento X Doenças

Dentre as mudanças que ocorrem com o envelhecimento e que estão ligadas à nutrição podem-se destacar mudanças no paladar, havendo uma diminuição da sensibilidade ao gosto de doce e salgado; a falta de dentes e a menor secreção salivar diminui a capacidade para mastigar e deglutir o alimento; mudanças no apetite podem contribuir para a anorexia; uma menor absorção da vitamina B12, levando ao aparecimento de anemia; a menor motilidade no intestino grosso pode levar à constipação; uma diminuição na tolerância à glicose pode levar a um aumento na glicose plasmática de 1,5mg/dL por década, podendo levar à hiperglicemia e possível diabetes; os vasos sangüíneos tornam-se menos elásticos e a resistência periférica total aumenta, levando a uma prevalência crescente de hipertensão; os níveis de colesterol e LDL-colesterol séricos aumentam, podendo levar à doenças cardiovasculares; a função do rim pode diminuir em 50%, levando à deficiência renal; a diminuição da densidade óssea pode levar à osteoporose, e além disso, o encurtamento da coluna espinhal pode levar a uma perda de estatura.
O sistema imunológico é também um dos mais importantes alvos do envelhecimento. O declínio da função imunológica, associado com a idade, aumenta a susceptibilidade dos idosos aos agentes infecciosos. Observa-se também com o envelhecimento que na gênese da maioria das doenças citadas estão as agressões internas provocadas pelos radicais livres. Tais radicais são produzidos continuamente como resultado de reações químicas essenciais que ocorrem naturalmente no corpo e podem ter sua produção aumentada na presença de uma alimentação pouco saudável. Em pessoas com hábitos de vida saudáveis, esses radicais livres acabam sendo controlados. Portanto, o uso de fontes alimentícias ricas em vitaminas do complexo B e de antioxidantes como vitamina C, E, betacaroteno, magnésio, zinco, selênio, manganês e cromo, bloquearia o efeito nocivo destes radicais. Além disso, alimentos refinados, bem como o excesso de álcool devem ser evitados. Recomenda-se, também, moderar o consumo de gordura, pois essa é a principal fonte de produção interna de radicais livres.

As necessidades nutricionais do idoso

As necessidades nutricionais das pessoas idosas são essencialmente individuais, em razão das diferenças na progressão do processo degenerativo e da intercorrência de enfermidades. Em pessoas idosas, as exigências nutricionais dependem do estado geral de saúde, dos níveis de atividade física, das alterações na capacidade de mastigação, digestão e absorção dos nutrientes e da eficiência do metabolismo, além de alterações no sistema endócrino e no estado emocional.
Geralmente, as necessidades energéticas são consideradas mais baixas após os 55 anos para ambos os sexos. As recomendações dietéticas pedem após os 55 anos de idade, normalmente, uma redução das doses médias de energia de 600 Kcal/dia para o homem e 300 Kcal/dia para as mulheres.
O uso de carboidratos complexos e fibras na dieta (cereais como aveia, farelo de trigo, arroz integral, frutas e hortaliças) são altamente indicados por serem importantes na prevenção e controle de doenças cardiovasculares, diabetes, constipação, entre outras, comuns nesta fase da vida. O uso de açúcar (principalmente o refinado) deve ser reduzido a fim de melhorar a sensibilidade à insulina, pois existem evidências de que com o avanço da idade ocorre uma diminuição da tolerância à glicose.
Com relação à proteína, estudos recentes mostram que o requerimento protéico para a pessoa idosa saudável não diminui com a idade e deve estar entre 0,8 a 1,0g/Kg de peso corporal/dia. Mas, em casos de doença (traumas, cirurgias e infecções), a oferta de proteína deverá corresponder a até 16% do valor energético ingerido.
Quanto aos lipídios, existem evidências de que o consumo elevado de gorduras saturadas no idoso está relacionado com a maior incidência de desordens cardiovasculares e câncer. Por isso, recomenda-se que a pessoa reduza o uso de gordura saturada e colesterol, substituindo-os pela gordura insaturada. Substituir as carnes gordas (bovina, suína), embutidos em geral (linguiça, salsicha, salame, etc), por alimentos como as carnes magras e carnes brancas (frango sem pele e peixes) e dar sempre preferência ao azeite de oliva no preparo dos alimentos.
Com relação as vitaminas e minerais, vários estudos tem demonstrado que os requerimentos de minerais e vitaminas no idoso não se encontram alterados, desde que as pessoas sejam saudáveis e possuam bons hábitos alimentares. Mas determinadas condições de saúde, como por exemplo o estilo de vida solitário do idoso, indicam suplementação vitamínica e de minerais.
A água, que é um nutriente muito importante nos idosos, muitas vezes é esquecida. A inadequada ingestão de água pelos idosos leva a uma desidratação rápida e a problemas associados com hipertensão, elevação na temperatura corporal, constipação, náuseas e vômito, secura das mucosas, diminuição da excreção da urina e confusão mental.

Estudo no Lar dos Velhinhos de Piracicaba

Há algum tempo, eu e minha equipe vínhamos trabalhando em um alimento para pessoas com mais de 55 anos de idade. O objetivo principal desse trabalho era de desenvolver um alimento que satisfizesse às necessidades nutricionais que muitas vezes não são proporcionadas pela dieta do dia a dia devido às deficiências existentes numa alimentação inadequada.
Com o passar do tempo, dos estudos e pesquisas surgiu um alimento altamente nutritivo, rico em carboidratos complexos e fibras (importantes na prevenção e controle de doenças do intestino como, diverticulite, constipação e câncer de cólon e doenças cardiovasculares e diabetes), rico em proteínas de alto valor biológico que contribuem para o reparo, construção e manutenção dos tecidos e com bons níveis de cálcio, ferro, zinco, vitamina A, ácido fólico e selênio que previnem doenças como a osteoporose, anemia, ajuda no fortalecimento do sistema imunológico e combate a formação de radicais livres.
Este alimento, que ficou conhecido como Suprinutri Senior, foi então testado em idosos vivendo no Lar dos Velhinhos de Piracicaba, e os resultados do estudo foram bastante animadores. Os idosos que consumiram o alimento apresentaram melhora no funcionamento do intestino, na disposição geral, ganharam um quilo de peso em média durante o estudo e apresentaram níveis sangüíneos de cálcio maior que aqueles que não consumiram o alimento. A pesquisa foi apresentada no I Simpósio Internacional de Medicina Antienvelhecimento e está publicada no livro Odontogeriatria da editora Artes Médicas.”