quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Hypermarcas, poderá ter dado uma tacada de mestre.

Hypermarcas, que sonhava grande, hoje quer um só mercado


São Paulo – Quando a Hypermarcas nasceu, em 2002, o nome da companhia representava bem a sua ambição. Ela sonhava em ser uma “Unilever brasileira”, com uma atuação ampla, nos mercados de preservativos a adoçantes, de produtos de limpeza a higiene pessoal e medicamentos.

Hoje, a situação é completamente diferente. Ao anunciar a venda de sua divisão de cosméticos para a francesa Coty, a Hypermarcas afirmou que irá se concentrar na área farmacêutica, cuja rentabilidade é maior. A medida foi vista de forma positiva pelo mercado e as ações da empresa subiram.

Ela hoje é dona de 14% do setor e de medicamentos importantes como Benegripe, Engov, Rinosoro e Estomazil.

ADVERTISEMENT

A companhia também está negociando a venda da divisão de fraldas, que engloba marcas como Cremer Disney, Sapeka, Pompom e Bigfral, para a Kimberly-Clark.

Crescimento expansivo

O cenário já foi outro. Há cinco anos, a Hypermarcas atingiu seu auge de aquisições. O movimento de compras de empresas começou em 2008, quando ela adquiriu a Niasi, empresa que detinha as marcas Risque, Biocolor e Biorene.

Em 2009, o valor total das aquisições somou 2 bilhões de reais. Naquele ano, ela também passou a deter as marcas Hydrogen, PomPom, Jontex, Olla e outras.

Já em 2010, a empresa realizou 9 aquisições pelo valor somado de 4 bilhões de reais. Na época, o foco era em beleza e higiene pessoal, segmento do qual ela está se afastando atualmente.

Nesse período, a companhia também investiu intensivamente em novas linhas de produtos.
Apenas em 2010, foram lançados 400 novos itens, o que ajudou a empresa a liderar a venda de hidratantes, esmaltes e cuidados masculinos, segundo ela mesma, com as marcas Bozzano, Monange e Risqué.

Dificuldades e retração

Depois de um período intenso de aquisições, ela acrescentou quase 30 empresas ao seu portfólio. Um catálogo tão diverso que incluia o sabão em pó Assim, o molho de tomate Etti e o creme de barbear Bozzano, além de remédios da recém adquirida Neo Química. 

Algumas das marcas compradas traziam margens bem baixas, outras contavam com valor bem acima do mercado, segundo analistas. Para pagar - e segurar - tantos negócios, a companhia passou a contrair dívidas e, com o tempo, a enfrentar dificuldades financeiras.

Ela dividiu os segmentos de consumo e de produtos farmacêuticos em 2011, mesmo ano em que a Flora, controlada pelos donos da JBS, adquiriu as marcas Assim e Mat Inset.

Aos poucos, a estratégia foi se direcionando para o crescimento orgânico e buscando resultados mais estáveis. A receita anual foi de 2,795 bilhões de reais em 2010 para 4,680 bilhões no ano passado.
Agora, a Hypermarcas quer apenas o setor de produtos farmacêuticos, onde tem maiores margens e poder de negociação com as farmácias. A ideia de ser uma Unilever brasileira ficou para trás.



Brasil atrai um alto investimento da Lundbeck.


Artigo publicado em: http://www.grupemef.com.br/noticias_completa.php?not_id=5099  
    

"Lundbeck fará primeiro estudo clínico no Brasil

O laboratório dinamarquês Lundbeck, único do mundo a atuar somente na área do sistema nervoso central e líder na venda de antidepressivos, vai realizar pela primeira vez uma extensão de estudo clínico no Brasil. O país foi escolhido para integrar a fase três das pesquisas com a idalopirdina, droga inovadora usada no tratamento da doença de Alzheimer, que pode chegar ao mercado em 2018. De acordo com o presidente da Lundbeck Brasil, Josiel Florenzano, os estudos envolverão 60 pacientes em 12 centros de pesquisa no país ­ ao todo, cerca de 30 países participam dos estudos. A inclusão do Brasil pela primeira vez em uma iniciativa do laboratório dessa natureza deve­se principalmente ao tamanho do mercado farmacêutico local e ao envelhecimento da população. A idalopirdina é um dos três novos medicamentos que devem contribuir para que a operação brasileira da Lundbeck dobre o faturamento nos próximos três anos, alcançando R$ 300 milhões em 2018 ­ no ano passado, a receita bruta do laboratório no país alcançou R$ 140 milhões. Para atingir esse objetivo, conta Florenzano, a farmacêutica trará ao país, até a segunda metade do ano que vem, uma nova geração de antidepressivos, que acabou de ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesse segmento, a Lundbeck é líder de mercado com o Lexapro, que responde por 70% dos negócios da operação brasileira. Um dos cinco maiores do mundo no consumo de medicamentos, o Brasil é também o quarto maior na área de antidepressivos. Em 2017, o laboratório dinamarquês pretende ainda lançar no país um antipsicótico (brexpiprazol), que se somará ao portfólio local composto atualmente por cinco drogas. "Com esses três lançamentos, devemos alcançar a meta", comentou. Assim como toda a indústria farmacêutica brasileira, a Lundbeck também tem sentido nas margens de lucro o peso do dólar valorizado ­ todos os medicamentos oferecidos pela empresa no país são importados. Para fazer frente ao câmbio, explicou Florenzano, o laboratório lançou mão de iniciativas de controle de custos. "Mas não estamos discutindo redução de descontos", afirmou. O laboratório oferece um programa de fidelidade, mas não conta com uma política de descontos que alcance todos os pacientes. Fundado em 1915, o laboratório dinamarquês tem 30% de seu capital negociado na Bolsa de Valores de Copenhague ­ a Fundação Lundbeck detém 70% do capital. A farmacêutica concentra sua atuação na pesquisa de tratamentos para Alzheimer, depressão, dependência ao álcool, transtorno bipolar, epilepsia, doença de Huntington, doença de Parkinson e esquizofrenia. No ano passado, teve faturamento global de US$ 2,8 bilhões e conta com centros de pesquisa na China, na Dinamarca e nos Estados Unidos, além de fábricas na China, Dinamarca, França e Itália."



FONTE: TUDO FARMA     

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Imaginem o que gera a indústria da doença no mundo. Pfizer poderá se unir a Allergan e se tornar a maior corporação farmacêutica do mundo.

As 'meias sujas' de um farmacêutico são a chave para reduzir a carga tributária da Pfizer


Zachary R. Mider
02/11/2015

(Bloomberg) -- Se conseguir comprar a Allergan Plc -- e evitar bilhões de dólares em impostos --, a Pfizer Inc. deverá um agradecimento a um farmacêutico da Irlanda do Norte chamado Allen McClay.

Em 1968, McClay criou uma empresa farmacêutica em Craigavon, a meia hora de carro de Belfast. Sem cerimônias, ele às vezes realizava reuniões com os funcionários enquanto descascava batatas na cozinha da empresa. Depois que abriu o capital da Galen Holdings, em 1997, McClay se tornou um dos filantropos mais ativos de seu país e foi nomeado cavaleiro pela rainha.

Mas sua empresa pode ter um impacto maior do que McClay, que morreu em 2010, jamais teria imaginado. Galen foi o veículo que permitiu que quatro empresas farmacêuticas americanas maiores, uma atrás da outra, tirassem suas operações do regime tributário americano. A Pfizer, maior empresa farmacêutica do mundo, poderá ser a quinta a renunciar à sua cidadania americana e a reduzir seus impostos corporativos.

A forma como uma pequena farmacêutica da Irlanda do Norte é capaz de provocar um buraco tão grande no Tesouro dos EUA dá uma mostra do bizarro sistema de impostos corporativos dos EUA. Ele permite que as empresas multinacionais de propriedade estrangeira que operam nos EUA paguem menos impostos que aquelas com donos americanos. Desde 2004, a maioria das empresas americanas foi proibida de simplesmente declarar-se estrangeira para eliminar a desvantagem. Em vez disso, muitas delas estão comprando um endereço estrangeiro por meio de uma fusão no exterior, em transações conhecidas como inversões.

Os negócios começaram não muito depois de McClay deixar a Galen Holdings, em 2001. O CEO, Roger Boissonneault, realizou uma aquisição alavancada e trocou o endereço jurídico da empresa de Craigavon para as Bermudas e depois para Dublin, na República da Irlanda, um país de impostos amigáveis. Enquanto isso, comandava a empresa de Nova Jersey.

Em 2009, Boissonneault fechou um acordo para comprar uma divisão de medicamentos da Procter Gamble Co., que tem sede em Ohio, nos EUA, que mais do que duplicou o tamanho da empresa -- e cortou a carga tributária da unidade da P&G.

Depois, em 2013, ele vendeu a empresa à Actavis Inc., com sede não muito longe de seu escritório em Nova Jersey. Embora fosse maior, a Actavis conseguiu adotar o endereço irlandês -- e uma baixa carga tributária --, segundo as regras para impostos dos EUA.

Nos dois anos seguintes, a Actavis realizou mais dois grandes acordos nos EUA, adquirindo a Forest Laboratories Inc. e a Allergan Inc., a fabricante do Botox. As aquisições de ambas mais do que duplicaram as vendas da Actavis novamente. E geraram cerca de meio bilhão de dólares em economia anual com impostos. A empresa combinada é conhecida, agora, como Allergan.

Subsidiárias estrangeiras

Como é que as empresas conseguiram economizar tanto simplesmente tornando-se irlandesas? Os EUA têm a taxa de imposto corporativo mais elevada do mundo desenvolvido -- 35 por cento --, combinada com uma política incomum de tributação do rendimento das subsidiárias estrangeiras das empresas americanas. As empresas de propriedade de estrangeiros conseguem reduzir os impostos americanos mantendo suas operações no país separadas do restante de sua estrutura corporativa; já as corporações americanas não têm essa opção. Muitas empresas que realizam a inversão escolhem a Irlanda, que aplica uma carga mais baixa de impostos sobre o rendimento corporativo, de 12,5 por cento, ou o Reino Unido, que não cobra impostos sobre os lucros estrangeiros.

Não está claro quais termos estão em discussão, mas é provável que a Pfizer, que tem sede em Nova York, a maior das duas empresas, adote o endereço irlandês da Allergan.

Um analista estimou que um negócio semelhante proposto pela Pfizer no ano passado com o objetivo de se tornar britânica reduziria sua carga tributária em cerca de US$ 1,4 bilhão por ano. Os porta-vozes das duas empresas preferiram não comentar o assunto.

Quando se aposentou, em 2001, e vendeu sua participação, McClay disse que estava consternado com o novo foco no mercado americano e com os cortes nos postos de trabalho em sua operação na Irlanda do Norte. Segundo o Financial Times, ele classificou a decisão como "tão fácil quanto tirar meias sujas". Essas meias acabaram se tornando muito valiosas em pés americanos.

Título em inglês: A Pharmacist's 'Dirty Socks' Are Key to Cutting Pfizer Tax Bill
Para entrar em contato com o repórter: Zachary R. Mider, em Nova York, zmider1@bloomberg.net.


O mundo dos negócios é dos fortes, Coty compra divisão da Hypermarcas.

Coty compra divisão de cosmésticos da Hypermarcas por R$ 3,8 bi

Aquisição abrange marcas como Risqué, Monange, Bozzano, e Cenoura & Bronze da empresa brasileira

PUBLICADO EM 02/11/15 - 16h44
FOLHAPRESS

A multinacional de cosméticos Coty, uma das maiores do mundo, comprou nesta segunda-feira (2) toda a divisão de cosméticos da brasileira Hypermarcas, por cerca de R$ 3,8 bilhões.

A aquisição abrange marcas como Risqué, Monange, Bozzano, e Cenoura & Bronze da divisão de cosméticos da Hypermarcas, que gerou receita de R$ 977,5 milhões em 2014.

Elas se juntarão a um portfólio que inclui marcas como OPI, líder mundial no setor de esmaltes, e diversos perfumes, entre eles Calvin Klein e Davidoff.

Em fato relevante publicado nesta quinta, a empresa informa que "os recursos provenientes da transação serão utilizados preponderantemente para redução do endividamento líquido da companhia".

Com a venda, a Hypermarcas fica mais perto de um antigo objetivo de se tornar uma empresa exclusivamente farmacêutica, deixando de lado sua carteira de itens de bens de consumo para focar a produção de medicamentos. Ela já ocupa hoje posição de liderança no ranking de fabricantes de remédios no Brasil.

"Quando finalizada, a transação marcará um passo transformador para a Hypermarcas, cujo foco estratégico estará voltado para o mercado farmacêutico, que oferece potencial atrativo de crescimento e rentabilidade no longo prazo", disse a empresa no comunicado.

Surpresa

O negócio fechado nesta segunda-feira surpreende o mercado, que esperava que a Hypermarcas anunciaria primeiro a venda de sua divisão de fraldas, que reúne marcas como Cremer Disney, Pompom e Sapeka e que têm sido alvo de rumores de uma transação iminente desde o início do ano.

A aquisição realizada pela Coty, empresa fundada em Paris em 1904, ocorre em um momento de incertezas sobre a atração de investidores estrangeiros no Brasil.

Fundada em 2001, a Hypermarcas é campeã em medicamentos isentos de prescrição médica, com marcas como Benegrip, Engov e Rinosoro. É vice-líder em cosméticos para a pele e detém a terceira posição em medicamentos genéricos.

A companhia também é líder em preservativos, com 50% do mercado através das marcas Jontex, Olla e Lovetex, e adoçantes, com Zero-Cal, Finn e Adocyl, que têm penetração no varejo farmacêutico.