quarta-feira, 20 de julho de 2011

Determinar quais tratamentos médicos possuem o melhor custo-benefício é um assunto muito interessante.

Análise de custo benefício é melhor ferramenta para individualizar tratamentos
20/07/2011 - 08:15
Os economistas da saúde são cada vez mais requisitados para determinar quais tratamentos médicos possuem o melhor custo-benefício. Para isso, comparam o preço de uma intervenção com a melhoria que se espera obter. Um medicamento altamente avançado para a constipação que custa 5 mil dólares e livra o paciente médio dos sintomas por apenas um dia parece ser um investimento menos sensato do que uma quimioterapia nova que custa 10 mil dólares, mas que oferece um ano ou mais de vida para a maioria dos pacientes, escreve o portal ISaúde.

O problema é que nenhum doente corresponde exactamente à "média". O medicamento de 5 mil dólares para a constipação pode salvar a vida de um paciente com um sistema imunológico severamente comprometido e a nova quimioterapia pode causar uma reacção alérgica rara, mas mortal, numa minoria de pacientes.
Dois investigadores da Stanford University School of Medicine sugerem uma forma de adaptar esta análise de custo-benefício (conhecida como relação custo-efectividade incremental, ou ICER) de forma mais precisa aos indivíduos, avaliando o resultado de cada tratamento em subgrupos menores de pacientes.
"Os médicos precisam pensar sobre o que uma intervenção específica irá oferecer para cada paciente, e quanto isso vai custar", disse o professor de Epidemiologia e chefe do Stanford Prevention Research Center, John Ioannidis. Individualizar a análise da ICER daria aos médicos as ferramentas de que eles precisam para o tratamento eficaz e personalizado de cada paciente e, ao mesmo tempo, agilizaria o processo de tomada de decisões, mantendo as despesas gerais o mais baixas possível.
"A maioria dos médicos pratica a medicina de forma intuitiva, sem dar muita atenção às provas e às implicações económicas de suas decisões. O fluxo de informações e de tomada de decisão é muitas vezes caótico e não é inteiramente racional. Isso é assustador", comenta Ioannidis.
De acordo com o professor, o poder da análise ICER de usar grandes grupos de pacientes para avaliar a eficácia geral de tratamentos particulares também pode tornar difícil aplicar os resultados aos pacientes individuais. Algumas pessoas são mais avessas ao risco que outras, sendo, por exemplo, mais propensas a fugir de medicamentos que podem ser eficazes e que carregam um risco pequeno, mas de efeitos colaterais graves. Outros com condições de vida limitadas podem valorizar mais um tratamento que possa mantê-los vivos para um evento particular, como um casamento ou uma formatura, independentemente do custo financeiro ou dos efeitos colaterais.
Uma maneira de individualizar as análises de ICER é apresentar os resultados em um formato individualizado, segundo os investigadores. Também é importante que, quando possível, os investigadores trabalhem para recalcular as ICERs usando subcategorias de pessoas que provavelmente difeririam em sua resposta a certas intervenções.
"A ICER é útil para dar uma visão geral sobre como espera-se que um tratamento vá trabalhar. No entanto, se tivermos as informações para dissecar as diferentes experiências dos pacientes – o que fazemos muitas vezes – devemos usá-las", disse Ioannidis.
Os autores reconhecem que a análise custo-benefício individualizada nem sempre é apropriada. Não é possível fazê-la para intervenções ao nível da população em geral, como para a atribuição de fundos para programas de saúde específicos. Também não é útil quando uma intervenção, como a vacinação, tem o potencial de impactar a saúde de muitas outras pessoas. Ainda assim, eles concluem que "a análise de custo-benefício oferece uma base para a tomada de decisão racional e pode ser muito útil na tomada de cuidados de saúde mais eficientes e eficazes para a população. Tais análises podem muitas vezes ser mais úteis para os clínicos e para os pacientes quando eles individualizam as informações de custo-utilidade. As informações moldadas pessoalmente podem complementar a ICER".
Fonte: http://www.rcmpharma.com/actualidade/medicamentos/20-07-11/analise-de-custo-beneficio-e-melhor-ferramenta-para-individualizar  

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